- Vamos brincar de falar a verdade, somente a verdade, igual aquele dia? – foi o que eu disse, na esperança de que dessa vez ele me ouvisse. Ao invés disso, ele apenas desviou o olhar.
- Leonardo, para. Sério, me deixa pelo menos falar. Eu devia ter dito isso há meses, mas eu estava com medo. Me ouve, por favor?
- Ok, Carolina. Fala.
Até então eu não tinha ouvido palavras tão secas saírem de sua boca, mas não posso dizer que eu não as merecia. Depois de um longo suspiro, tomei coragem e comecei:
- Me desculpa, Léo. Eu não devia ter feito o que fiz. Eu nunca menti pra você. Tudo que eu te disse naquele dia era verdade, é verdade. É óbvio que eu gosto de você, qualquer um vê isso. Basta eu falar o mínimo de você e já fica claro. Eu só não te disse antes por medo. Medo que você conseguisse o que queria e fosse embora. Medo de ser apenas mais uma. E também, tem aquele probleminha com TOC. Tem que ter paciência pra lidar com isso, e eu não achei que você teria. – Leonardo então me lançou um olhar impaciente, e sem perceber, eu peguei sua mão, e ele, claro, a puxou.
Sabendo que as próximas palavras provavelmente soariam como um desespero, prossegui, afinal, quem disse que eu não estava desesperada?
- Essa coisa de ficarmos afastados, de sequer nos falarmos está me matando! Se tu não pode, se tu não quer, se tu acha que eu não mereço – e eu não posso discordar de você – uma chance, tudo bem, posso viver com isso. Dói, mas eu sobrevivo. Só por favor, não deixa também de ser meu amigo. Eu não fiz isso contigo. Mesmo quando eu estava com o Roberto, eu continuei tua amiga, eu não deix...
Antes que eu terminasse o que quer que eu tivesse a dizer, ele me interrompeu, furioso.
- Pois é, Carolina, você acabou de dizer que tinha medo, entre outras coisas, de se envolver comigo, mas deu uma chance pra ele. O que tu quer que eu pense?
- Eu sei que isso não faz sentido. Mas é como eu te disse, eu já o conhecia há mais de ano, nós éramos amigos, eu sabia o que se passava na cabeça dele. Eu não estava no escuro. E com você... Tu sempre disse coisas lindas, me conquistou sem nem eu perceber, mas e SE fosse apenas para ficar comigo uma vez e depois ir embora? Eu não queria deixar o meu coração nessa incerteza.
- Tu acha mesmo que se fosse apenas por uma ficada eu teria feito tudo que fiz, Carolina? – foi a resposta que o Leonardo me deu, impaciente. – Carolina, eu teria feito qualquer coisa por você, e tu sabe disso. Eu gosto de você, mais do que eu deveria inclusive. Se eu gostasse menos, não estaria aqui agora, e não teria doído tanto te ver com aquele idiota. Aliás, eu acho que tu deverias ir lá com ele.
- Leonardo, para com isso. Já falei que nós terminamos, e por tua causa. Até ele percebeu que eu sou apaixonada por você. Sim, Leonardo, apaixonada, com todas as letras e borboletas. Eu não podia continuar enganando a ele e a mim. E eu não queria ter essa conversa contigo tão cedo, mas eu não consigo mais esconder o que eu sinto. Eu sei que no momento o único sentimento que tu tens por mim é ódio, e eu não te culpo, mas eu gosto de você, eu quero ficar com você. Eu levei todos esses meses pra admitir isso. Pra aceitar que só você me faz rir sem esforço, me abraça e faz o mundo sumir, e consegue ser um ogro e ainda assim carinhoso comigo. – Eu percebi que ele continuava impaciente, e com isso estava me deixando cada vez mais desesperada para fazê-lo entender como eu me sentia. – Eu devia ter te falado isso há meses, eu sei! Me desculpa, mas só agora eu entendi que tu não vai a lugar algum, que eu não sou apenas mais uma garota! – e foi então que, quase suplicando, eu coloquei pra fora o que estava me sufocando: – Ainda tem lugar pra mim?
- Eu gosto muito de você Carolina, mas eu tenho amor próprio, e eu não acho que você esteja em condições de tomar nenhuma decisão agora. A gente se vê.
Ele se levantou e eu senti como se meu coração tivesse sido arrancado, pisoteado e esquartejado. Segurei aquelas malditas lágrimas que insistiam em pular dos meus olhos, sorri e fui embora. E tive a certeza de que não haveria mais Leonardo e Carolina. Aliás, de que nunca haveria.
- Ok, Carolina. Fala.
Até então eu não tinha ouvido palavras tão secas saírem de sua boca, mas não posso dizer que eu não as merecia. Depois de um longo suspiro, tomei coragem e comecei:
- Me desculpa, Léo. Eu não devia ter feito o que fiz. Eu nunca menti pra você. Tudo que eu te disse naquele dia era verdade, é verdade. É óbvio que eu gosto de você, qualquer um vê isso. Basta eu falar o mínimo de você e já fica claro. Eu só não te disse antes por medo. Medo que você conseguisse o que queria e fosse embora. Medo de ser apenas mais uma. E também, tem aquele probleminha com TOC. Tem que ter paciência pra lidar com isso, e eu não achei que você teria. – Leonardo então me lançou um olhar impaciente, e sem perceber, eu peguei sua mão, e ele, claro, a puxou.
Sabendo que as próximas palavras provavelmente soariam como um desespero, prossegui, afinal, quem disse que eu não estava desesperada?
- Essa coisa de ficarmos afastados, de sequer nos falarmos está me matando! Se tu não pode, se tu não quer, se tu acha que eu não mereço – e eu não posso discordar de você – uma chance, tudo bem, posso viver com isso. Dói, mas eu sobrevivo. Só por favor, não deixa também de ser meu amigo. Eu não fiz isso contigo. Mesmo quando eu estava com o Roberto, eu continuei tua amiga, eu não deix...
Antes que eu terminasse o que quer que eu tivesse a dizer, ele me interrompeu, furioso.
- Pois é, Carolina, você acabou de dizer que tinha medo, entre outras coisas, de se envolver comigo, mas deu uma chance pra ele. O que tu quer que eu pense?
- Eu sei que isso não faz sentido. Mas é como eu te disse, eu já o conhecia há mais de ano, nós éramos amigos, eu sabia o que se passava na cabeça dele. Eu não estava no escuro. E com você... Tu sempre disse coisas lindas, me conquistou sem nem eu perceber, mas e SE fosse apenas para ficar comigo uma vez e depois ir embora? Eu não queria deixar o meu coração nessa incerteza.
- Tu acha mesmo que se fosse apenas por uma ficada eu teria feito tudo que fiz, Carolina? – foi a resposta que o Leonardo me deu, impaciente. – Carolina, eu teria feito qualquer coisa por você, e tu sabe disso. Eu gosto de você, mais do que eu deveria inclusive. Se eu gostasse menos, não estaria aqui agora, e não teria doído tanto te ver com aquele idiota. Aliás, eu acho que tu deverias ir lá com ele.
- Leonardo, para com isso. Já falei que nós terminamos, e por tua causa. Até ele percebeu que eu sou apaixonada por você. Sim, Leonardo, apaixonada, com todas as letras e borboletas. Eu não podia continuar enganando a ele e a mim. E eu não queria ter essa conversa contigo tão cedo, mas eu não consigo mais esconder o que eu sinto. Eu sei que no momento o único sentimento que tu tens por mim é ódio, e eu não te culpo, mas eu gosto de você, eu quero ficar com você. Eu levei todos esses meses pra admitir isso. Pra aceitar que só você me faz rir sem esforço, me abraça e faz o mundo sumir, e consegue ser um ogro e ainda assim carinhoso comigo. – Eu percebi que ele continuava impaciente, e com isso estava me deixando cada vez mais desesperada para fazê-lo entender como eu me sentia. – Eu devia ter te falado isso há meses, eu sei! Me desculpa, mas só agora eu entendi que tu não vai a lugar algum, que eu não sou apenas mais uma garota! – e foi então que, quase suplicando, eu coloquei pra fora o que estava me sufocando: – Ainda tem lugar pra mim?
- Eu gosto muito de você Carolina, mas eu tenho amor próprio, e eu não acho que você esteja em condições de tomar nenhuma decisão agora. A gente se vê.
Ele se levantou e eu senti como se meu coração tivesse sido arrancado, pisoteado e esquartejado. Segurei aquelas malditas lágrimas que insistiam em pular dos meus olhos, sorri e fui embora. E tive a certeza de que não haveria mais Leonardo e Carolina. Aliás, de que nunca haveria.
Dizem que o tempo tudo cura, e eu devo concordar. Pouco mais de um mês depois dessa conversa, nos encontramos novamente, ao acaso. E eu, com esse dom de esconder como me sinto e conseguir agir normalmente nas situações mais inusitadas, sorri para o (ainda) dono do meu coração, e nós conversamos como se nada tivesse acontecido e nós ainda fôssemos bons amigos.
Depois desse encontro, lógico, meu coração tornou a se partir. E somente à noite, relembrando tudo o que foi dito, foi que eu percebi que TALVEZ ainda houvesse lugar pra mim. Que TALVEZ ele ainda pudesse sentir alguma coisa por mim, e estivesse disposto a me dar uma chance. Esperança é a última que morre.
Alguns dias depois dessa última conversa, eu o vi. Lá estava ele, parado na porta do laboratório, com aquele sorriso lindo, conversando com outro garoto.
Passado o confronto interior do “vou ou não vou”, tomei coragem e caminhei até ele. Respirei fundo, vesti um sorriso e o chamei. Ele se virou, sorriu daquele jeito que eu conhecia tão bem e veio em minha direção.
Antes que eu pudesse pensar ou me controlar, ouvi palavras saindo de minha boca:
- Léo, eu tô aqui, pronta e decidida a ficar com você. E mais do que nunca apaixonada por você. Completamente!
Eu ri, feito uma boba, senti meus olhos marejados, porém pude ver que ele também sorria. Senti como se um peso estivesse saindo do meu coração e deixando-o respirar novamente.
E sem que eu me desse conta, suas mãos me abraçaram e me tiraram do chão, do mesmo jeito que elas haviam feito tantas outras vezes. Pude ver meu reflexo nos seus olhos, enquanto nós ainda sorríamos, sem dizer uma palavra, e depois do que pareceu um século, nos beijamos. Não foi ele quem me beijou, ou eu que o beijei. Fomos nós, do jeito que deveria ser, desde o princípio, desde o “Carolina, você não é soro mas quero te tomar nos braços, sua LINDA!”.
Depois desse encontro, lógico, meu coração tornou a se partir. E somente à noite, relembrando tudo o que foi dito, foi que eu percebi que TALVEZ ainda houvesse lugar pra mim. Que TALVEZ ele ainda pudesse sentir alguma coisa por mim, e estivesse disposto a me dar uma chance. Esperança é a última que morre.
Alguns dias depois dessa última conversa, eu o vi. Lá estava ele, parado na porta do laboratório, com aquele sorriso lindo, conversando com outro garoto.
Passado o confronto interior do “vou ou não vou”, tomei coragem e caminhei até ele. Respirei fundo, vesti um sorriso e o chamei. Ele se virou, sorriu daquele jeito que eu conhecia tão bem e veio em minha direção.
Antes que eu pudesse pensar ou me controlar, ouvi palavras saindo de minha boca:
- Léo, eu tô aqui, pronta e decidida a ficar com você. E mais do que nunca apaixonada por você. Completamente!
Eu ri, feito uma boba, senti meus olhos marejados, porém pude ver que ele também sorria. Senti como se um peso estivesse saindo do meu coração e deixando-o respirar novamente.
E sem que eu me desse conta, suas mãos me abraçaram e me tiraram do chão, do mesmo jeito que elas haviam feito tantas outras vezes. Pude ver meu reflexo nos seus olhos, enquanto nós ainda sorríamos, sem dizer uma palavra, e depois do que pareceu um século, nos beijamos. Não foi ele quem me beijou, ou eu que o beijei. Fomos nós, do jeito que deveria ser, desde o princípio, desde o “Carolina, você não é soro mas quero te tomar nos braços, sua LINDA!”.
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