segunda-feira, 9 de junho de 2014

E assim, do nada, você veio. Aquela criatura esnobe, que pensava ser o cara mais gato do planeta e que mudava a acentuação do meu nome. E que me fazia pensar "por que eu tenho que aguentar isso?".
Como eu não tinha lá muita opção senão te aturar, acabei me acostumando com tua presença, e sejamos sinceros, com o tempo você mudou, deixou de ser aquele cara marrento e metido.
Passamos meses tomando café sempre com o mesmo grupo, conversando vez ou outra, porém nunca só nós dois.
E de repente éramos apenas você e eu.
Foi então que eu percebi que você não é um completo babaca, e que ainda por cima pensa da mesma maneira que eu. E eu admito, passou pela minha cabeça a ideia de que você seria um bom companheiro, de que nos daríamos bem, já que ambos somos tão otimistas e sinceros :) E apesar de ficar hipnotizada com sua boca, antes de tudo éramos amigos, e eu não queria me envolver com alguém tão cedo.
Só que aí, sabe como é, às vezes amigos saem para conversar. Descobrem lugares novos. Mais coisas em comum. E outras que divergem totalmente. E às vezes o outro para na sua frente, perto demais pra você, e te deixa completamente desorientada, com aquelas milhares de borboletas no estômago.
E bom, se chegamos nesse nível, ambos sabemos que isso é mais do que mera amizade. Ainda lembro daquele primeiro beijo, que demorou a acontecer e foi procedido de um "ok, muito perto pra mim, eu não consigo", e que trouxe a minha alegria. Trouxe as manhãs que se abrem a cada novo sorriso, a cada andar de mãos dadas. Trouxe a vontade louca de te apertar o tempo inteiro, e a tristeza que é sair do seu lado.
Minha felicidade se deve, também, ao fato de podermos estar sempre juntos, sem sufocar um ao outro.
Mas principalmente, ao sentimento que cresce aqui dentro, nesse coração de gelo.